quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pequena Alma e o Sol - Neale Donald Walsch

Quantas vezes não ficámos nós já prostrados, cheios de pena de nós próprios, perguntando-nos e a quem nos quiser ouvir coisas como: "Porquê eu? Porque é que só a mim é que me acontecem destas coisas"...

Todos temos esses momentos de maior fragilidade em que tomamos todas as dores do mundo e em que nos achamos os mais desgraçados e infelizes no Universo inteiro...

Quando essa tentação chega, faço o esforço de me lembrar que tudo na vida são experiências e que em tudo o que nos acontece não existe nem bem nem mal, nem bom nem mau, apenas experiências e aprendizagens.

Nos dias menos fáceis, quando caio nessa tentação, pequenina, de me queixar sem dar realmente valor a tudo o que tenho, faço o exercício de me relembrar deste texto, de cuja parte vos deixo...


Breath of Creation - Freydoon Rassouli 
A história começa com um diálogo entre uma Alma (Pequena) e Deus. A Alma Pequena quer saber quem É e após descobrir quem É chega à conclusão de que gostaria de experimentar o Perdão... gostaria de ser Aquela que perdoa. Contudo, para tal, chega à conclusão de que precisa de uma outra Alma a quem deverá perdoar. Nisto há uma outra Alma, a Alma Amiga, que se aproxima e que se oferece para ser a Alma que deverá ser perdoada... e depois existe este diálogo delicioso entre as duas...
"— E assim, — a Alma Amiga explicou mais um bocadinho — eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má” desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.
— Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - Perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.
—  Oh, havemos de pensar nalguma coisa — respondeu a Alma Amiga piscando o olho.
Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, disse numa voz mais calma:
—  Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?
— Sobre o quê? —  perguntou a Pequena Alma.
— Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa diferente de mim. Por isso, só te peço um favor em troca. — Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! —  exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar.
Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.
— O que é? —  Perguntou a Pequena Alma. — O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!
— Claro que esta Alma Amiga é um anjo! — interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.
E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.
— O que é que posso fazer por ti? — perguntou novamente a Pequena Alma.
— No momento em que eu te atacar e atingir, — respondeu a Alma Amiga — no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...

— Sim? — interrompeu a Pequena Alma— Sim?
A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.
— Lembra-te de Quem Realmente Sou."

Que bom seria se nunca nos esquecessemos...



À 3ª hora de Saturno, num dia de Mercúrio.

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